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Resumo da Etapa 15

Atualizado: 19 de jul. de 2023

Foi um dia onde a dúvida pairou sobre o pelotão, com movimentações táticas e uma gestão da vantagem da fuga, que, por sua vez, era gigante.

O primeiro ponto a falar, infelizmente, é a desistência de Martinez, depois da queda massiva de ontem. O colombiano voltou à corrida (ontem), mas, à noite, foi reavaliado, via protocolo de concussão, e teve de abandonar a Grande Boucle.

No campo das más notícias, com 51km percorridos, houve uma queda enorme no pelotão (ao contrário do dia anterior, não se neutralizou a corrida). A história clássica de um espetador que não compreende onde está, nem o que deve fazer, e, no momento em que o pelotão está a passar, com alguma velocidade (a fuga ainda não estava formada), decide colocar-se de costas para os ciclistas, tenta tirar uma selfie, inclinando-se para a estrada e esticando o braço, e, com essa ação altamente irresponsável, acerta em Nathan van Hooydonck e leva meio pelotão ao chão. Felizmente, parece que não houve grandes danos, mas é um total desrespeito pelo trabalho e sacrifício dos atletas que admiramos. Este tipo de casos, principalmente no Tour, são demasiado frequentes. A penalização (ou falta dela) não é, claramente, exemplar. Mas não estamos aqui para falar da moldura penal deste tipo de ações, pelo que, vamos continuar.

A fuga, nesse momento, estava enorme, e com apenas 28’’ de vantagem, dando a entender que iria continuar a ser perseguida, assim como veríamos mais movimentações, no entanto, face à queda coletiva e consequente abrandar de velocidade do pelotão, este conjunto acabou por se distanciar.

Estavam 38 elementos escapados, como Rui Costa, van Aert, Soler, Poels, Landa, van der Poel, Alaphilippe, Ciccone, Skjelmose, Powless, Pinot, Martin e Woods. No pelotão, a Jumbo impunha o ritmo e reduzia, gradualmente, a diferença para a frente.

Rui Costa atacou a 64,6km do fim, a 10,1km do topo, sendo apanhado pelos restantes fugitivos a 55,9km do fim (1,3 do topo). No pelotão, Gaudu voltava a sofrer.

Novo ataque, desta feita por Soler, a 48,3km da meta. Wout van Aert arrancou a 46,3km, seguido por Poels e Neilands, que caiu daí a 12km.

Ficava um trio na frente. Na descida, a 18,5km do fim, van Aert pressionou, Poels acompanhou, enquanto Soler nunca pareceu confortável e ia perdendo o contacto com ambos. Nos perseguidores, Martin falhou completamente uma curva, saindo disparado, mas ficou bem.

A 10,8km, com Soler na iminência de regressar à dupla da frente, Poels atacou e foi aumentando a sua vantagem até à meta (exceto sobre os favoritos, claro).

Wout van Aert assegurou o 2º lugar, enquanto Soler ainda tentou apanhar o holandês, mas, perante essa impossibilidade, resignou-se e levantou o pé. Parecia ter explodido, contudo, como pudemos ver mais tarde, havia um motivo para tal. Brilhante foi a subida de Burgaudeau, não era, de todo, dos melhores trepadores dos perseguidores, mas deu espetáculo e alcançou o seu segundo pódio deste Tour. Craddock também esteve bastante bem, alcançando o 4º lugar, chegando pouco depois do francês.

No pelotão, assim que se iniciou a penúltima subida, foi a UAE a assumir o ritmo no pelotão, colocando Pidcock e Bilbao em dificuldades, com o britânico a descolar na subida e a reentrar na descida.

Rodriguez atacou antes do início da subida, numa fase da descida, seguido por Kelderman, que, tendo noção da inutilidade em seguir o espanhol, voltou para junto do seu líder.

Poucos metros depois, Rodriguez era reintegrado no pelotão. Ao mesmo tempo, Hindley, S. Yates, Bilbao e Pidcock estavam juntos… e descolados. Gaudu abanava, mas não caía.

Sobravam Majka, A. Yates, Pogacar, Vingegaard, Kuss, Benoot, Rodriguez e Gaudu. Porém, à chegada dos últimos 5km, o francês cedeu. Pouquíssimos metros depois, A. Yates impôs ritmo, fazendo Rodriguez e Kuss abandonar o grupo dos favoritos, reduzindo-os a um trio.

O ex Maillot Jaune seguia com uma cadência elevada e Pogacar largou a sua roda (perto dos 2,7km para a meta), pareceu estratégia, mas Vingegaard não tentou fechar o espaço, nem testar o rival com um ataque. Inteligente.

Parece-nos que, caso o tivesse feito, seria contra-atacado por Tadej e teria mais dificuldade em segui-lo.

O motivo para Soler abrandar estava, agora, à vista. Era para fazerem a ponte. Neste momento, com a dupla de luxo distanciada, Yates ia à boleia do colega espanhol, atacando o 3º posto de outro espanhol, Rodriguez. O espanhol da INEOS, entretanto, regressou (a uns 2,3km do fim), como no dia anterior, tentou aumentar o ritmo, seguido por Vinge e Pogi.

O dinamarquês estava desconfiado do esloveno, naturalmente, sempre a olhar para trás, e, a a meros 900m de acabar a etapa, houve o tão anunciado ataque, porém, desta vez, nenhum cedeu um milímetro, sem ser Carlos, claro. Pogacar abrandou ao apanhar os colegas, fazendo um comboio 3 vs 1 (UAE vs Jumbo). Soler deu o que tinha, Yates perdeu alguns metros, e, a 500m do dia de descanso, nova tentativa do Maillot Blanc, mas não foi muito intensa, com repetição a 200m, merecendo uma semi resposta do Maillot Jaune, mas sem qualquer diferença na linha de meta.

Chegaram lado a lado. Absolutamente iguais. Incrível.

Na CG, algumas alterações, com A. Yates a ultrapassar Hindley e a aproximar-se de Rodriguez. Bilbao trocou de lugar com S. Yates, enquanto Gaudu, apesar das inúmeras dificuldades que demonstrou durante toda esta semana, subiu a 9º, com Martin a melhorar duas posições e a fechar o top10. Gall perdeu duas posições, estando à porta do top10.

Pidcock já perdeu mais algum tempo, mas está em 12º, não é terrível, e Pinot e Landa, apesar de estarem na fuga do dia, não ganharam tempo substancial para se aproximarem muito do top10.

Foi mais um dia em que houve diferenças enormes na meta, com um vencedor merecidíssimo, e uma luta épica (outra) entre os dois melhores voltistas do mundo.

Amanhã é dia de descanso.



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