O dia começou de forma previsível, com várias tentativas de fuga, mas sem grandes movimentações dos homens da geral, devido à subida que os aguardava, dado que, desperdiçar energia nestes momentos seria assinar uma sentença para o final da etapa.
A primeira nota de relevo, infelizmente, é o abandono de outro sprinter, depois de Cavendish (8ª etapa) e Jakobsen (12ª etapa), foi a vez de Caleb Ewan. O australiano, apesar de ter tido um conjunto de boas exibições neste Tour, sofreu todos os dias que não terminaram ao sprint. Não só na La Grande Boucle, mas ao longo da época, têm sido vários os desafios com que tem lidado. É pena ver um dos grandes sprinters abandonar assim, mas esperamos vê-lo ao melhor nível assim que possível.
Quanto à corrida, a fuga formou-se com 20km percorridos, sensivelmente, e continha 20 ciclistas, tendo nomes como Tejada, van Gils, Charmig, Latour, Zimmermann, Wright, Mohoric, Asgreen e Kwiato, além do português, Nelson Oliveira. Quase todos mais roladores que trepadores, mas, um conjunto tão extenso constituía uma ameaça aos homens do pelotão que quisessem disputar a etapa.
A UAE fez notar a sua vontade, lutar pela etapa, ao gerir a vantagem da fuga ao longo do dia, o resto das equipas, sabendo desse interesse, puderam descansar a sua equipa para os dois dias que aí vêm, enquanto os colegas de Pogacar tiveram de se esforçar, o que pode ter efeitos (negativos) nas próximas etapas.
Perante a ausência de dificuldades ao longo do dia, seria esperado que este grupo apostasse muito na parte plana, sem perder elementos, e, com 20 elementos, a luta contra os gregários da UAE prometia.
No início do Grand Colombier, os fugitivos tinham 3’50’’ de vantagem sobre o pelotão.
Pacher foi o primeiro a atacar, a 16,3km, com, nas imagens seguintes, a ser a EF (com Bettiol e Shaw) a perseguir o francês, enquanto van Gils, Tejada, Nelson, Mohoric e Wright tentavam acompanhar.
A UAE trabalhava com Laengen, mas não tirou tempo praticamente nenhum à frente da corrida, e, no momento em que o norueguês acaba, estavam a 3’40’’ de Pacher, que tinha 9’’ sobre Shaw, Tejada e van Gils. Faltavam 14km para os fugitivos.
A tentativa do francês foi anulada a 12,8km do topo, e, poucos segundos antes, era visível uma aceleração de Kwiato, que já não se via há vários quilómetros, na tentativa de se aproximar dos colegas de fuga. O ritmo aumentou no quarteto da frente, via van Gils, descarregando o homem da Groupama, mas, o polaco, vinha em modo furtivo, e apanhou o (agora) trio 1km depois. Não esperou, seguiu direto e ninguém conseguiu responder. Isolava-se, assim, a 3’37’’ do pelotão.
Quando entrou nos últimos 5km, Kwiatkowski, tinha 57’’ sobre o trio perseguidor e 2’18’’ sobre o pelotão liderado pela UAE. Esta parte da subida era a menos dura, o que significava que a vitória, em princípio, estava nas mãos do antigo campeão do mundo.
Adam Yates arrancou, dentro dos 3km, suscitando resposta de Kuss, com Pogi e Vinge na roda. Depois de encostarem, o britânico não parou, mantendo um ritmo muito alto. Pidcock, Hindley, C. Rodriguez e S. Yates também se juntaram. Enquanto, na frente, Shaw tentava chegar ao 2º lugar no dia, com resposta de van Gils.
Kwiato levou mesmo a vitória (nós avisámos que o polaco merecia ter liberdade), e, assim que cruzou a meta, as atenções viraram para o grupo dos favoritos, de onde Pogacar atacava, a 450m da meta. Ia em busca do resto dos escapados e das bonificações.
Uma vez mais, só teve resposta de Vinge, que foi ligeiramente distanciado junto à placa dos 300m, e, ao mesmo tempo, passavam tão depressa por Tejada que o colombiano parecia que ia parado.
Com Jonas a ceder, e apenas dois ciclistas à sua frente, o esloveno pressionou a fundo, tentando ganhar o que pudesse ao dinamarquês. Shaw foi ultrapassado juntos aos 150m, e Vingegaard, como é seu hábito, cedia, mas não partia.
Já não chegou ao 2º posto, foi para van Gils, mas fez 3º, ganhando 4’’ na estrada e 4’’ de bonificações, estando agora a apenas 9’’ da liderança.
O fim de semana promete!
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