Mais uma que cai na categoria ‘o que podia ter sido’, mas não foi.
O dia que antecede uma das etapas mais difíceis do Giro deste ano. Felizmente, não houve tantas desistências como nos dias anteriores.
Esperava-se alguma animação, principalmente, na disputa pela fuga, o que aconteceu, com um grupo de 29 ciclistas, com quase todas as equipas representadas na frente, onde constavam nomes como Pedersen, Mollema, Fortunato, Formolo, Matthews, Kuss, Van Wilder, Battistella, Scaroni, Bettiol ou Oldani. Nota ainda para o excelente trabalho de Ulissi neste momento da corrida, posicionando, e preocupando-se, com Almeida.
A 93km do fim, houve um corte, supostamente, fomentado pela Trek (por via de Sujins), isolando-se com Denz, Berwick, Tonelli e Battistella, sendo que, o último, não conseguiu seguir o ritmo, soube se pouco depois, devido a um problema gástrico.
Atrás, começou a confusão, o chamado ‘Síndrome do grupo perseguidor’, o que é absurdo face ao que faltava percorrer e ao facto de algumas equipas terem mais do que um elemento no grupo de trás.
Durante 40kms, pouco ou nada aconteceu no segundo grupo de fugitivos, até que um ataque de Baudin, Scaroni e Bettiol pegou e foi recortando tempo para a frente.
No início da subida final, os da frente levavam 2’40’’, 3’15’’ e 8’ para o pelotão, sentenciando, em princípio, a hipótese de qualquer outro ciclista tentar a vitória. Tonelli foi eliminado numa das primeiras acelerações, enquanto Denz sofreu muito, ou fez bluff, para não ser distanciado definitivamente.
Quanto a táticas, a Jumbo tinha Kuss e Hessmann na frente, antevendo um eventual ataque de Roglic, pelo que faria sentido, para a INEOS, deixar crescer o espaço para a fuga, invalidando qualquer eventual vontade do esloveno em saltar para a frente. A UAE e a Bahrain, com Formolo e Sutterlin, podiam ter a mesma intenção, mas parecia que, para estes, o objetivo era disputar a etapa. Em todo o caso, nada aconteceu.
A 12km do fim, um forte ataque de Denz, que parecia que vinha a sofrer, afastou os dois adversários. Skujins, no limite, voltou pouco depois, enquanto, Berwick, beneficiou da marcação entre os dois ciclistas versáteis, e mais rápidos, para regressar.
À entrada dos 5kms finais, muita hesitação e marcação, por parte dos três fugitivos.
Denz ia arrancar da frente do grupo, seguido de Skujins e Berwick, que foi o primeiro a esboçar uma tentativa de sprint, sem efeito, acabou em 3º. O letão tentou ultrapassar o alemão, mas não foi feliz, tendo de se contentar com um 2º lugar, sendo Denz o vencedor.
No pelotão, nada de extraordinário, nota apenas para uma queda violenta de Jack Haig, que poderá debilitá-lo nos dias seguintes, mas, pelo menos, acabou com o grupo principal. Vine é que perdeu mais tempo para os favoritos, podendo estar a ressentir-se, em termos de forma, ou para integrar fugas mais facilmente. Espera-se fogo de artifício na próxima etapa.
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