O segundo dia no País Basco não desiludiu, pelo percurso e pelo ambiente.
No dia anterior, depois da etapa terminar, soube-se que Carapaz ia abandonar o Tour, infelizmente. Dois candidatos ao pódio eliminados no primeiro dia.
Só houve três intervenientes na fuga do dia, nos quais estava Powless, o líder da montanha, acompanhado por Cavagna e Boasson Hagen.
A UAE mostrou as suas intenções, controlando os fugitivos, contando com a colaboração da Jumbo-Visma, principalmente.
Perante as dificuldades do dia, fomos vendo os principais sprinters a desligarem-se, até porque a etapa do dia seguinte se adequa aos mesmos, e, pelas declarações de MvdP, era de presumir que os homens da Alpecin seguissem o mesmo rumo.
Na subida final, a Israel juntou-se às duas equipas mais dominantes, impondo ritmo, mas foi a UAE a criar a maioria dos estragos no pelotão, Majka esteve ao seu nível nessa função.
A 700m do topo, que tinha bonificações de 8’’, 5’’ e 2’’, foi o Maillot Jaune a impor o ritmo, destruindo o que restava, enquanto o seu irmão, Simon, lançou se ao sprint intermédio a 250m, garantindo apenas o terceiro lugar nesse ponto, sendo rapidamente ultrapassado por Pogacar e Vingegaard, que amealharam os segundos extra em 1º e 2º, respetivamente, e que, de seguida, se isolaram na descida.
Perante a recusa, uma vez mais (e compreensivelmente), de Vingegaard em colaborar, o esloveno desistiu da movimentação e foram absorvidos pelos sobreviventes desta subida. Nesse momento, Bilbao, um craque em descidas, fez um ataque, sendo anulado a 5,4km do fim, e, de seguida, Buchmann tentou a sua sorte, mas sem qualquer efeito prático.
Entretanto, foi possível verificar que O’Connor, Meintjes e Martin estavam num grupo atrasado, supostamente o corte ocorreu na descida, mas não se tem a certeza. Quem seguia mais atrás era o grupo de Alaphilippe, Pedersen, Tobias, Ruben, Pinot e Madouas, entre outros.
Restava apenas uma ligeira dificuldade até à meta, onde Pidcock se lançou, seguido, com facilidade por Van Aert, entre outros, levando a maioria do grupo ao limite para fecharem espaços. O contra-ataque surgiu por Skjelmose, outra vez, imediatamente, anulado por WvA.
Contudo, a Jumbo tinha um ritmo ‘confortável’, e, na passagem pela bandeira encarnada, símbolo do quilómetro final, Lafay, que ontem tinha estado em destaque ao ser o único a acompanhar os dois aliens, atacou do fundo do pelotão, e a equipa holandesa não teve ninguém para fechar o espaço para Van Aert, dado que Kelderman e Benoot estavam exaustos, mas tentaram. No caso de Jonas, é debatível se devia ter ajudado o colega ou não, dado que, ao contrário do dia anterior, era quase certo que fosse o belga o vencedor da etapa, além de que era uma chegada em plano ao invés de uma subida (que podia criar separações de alguns segundos), sem esquecer que as duas etapas seguintes serão mais calmas e não seria por esse esforço que perderia o Tour. Contudo, a prioridade é vencer a geral e, por isso, na nossa opinião, compreende-se.
No sprint, Wout tentou, e chegou colado a Lafay, mas teve de ficar com o 2º lugar, com Pogacar em 3º, Pidcock em 4º e Bilbao em 5º.
O grupo seguinte, com O’Connor, perdeu 58’’, e, o de Alaphilippe, 2’25’’.
Pontos a destacar, além do vencedor da etapa, excelente nível de Cras, Bettiol e Bernal (chegaram todos com os melhores), assim como Pedersen, claramente a subir bem.
Houve cortes substanciais, pois, o quarto grupo já chegou a 5’, contendo Philipsen e Strong, curiosamente, e era curto.
Gaudu chegou na frente, mas sofreu muito na subida final.
Derrotados do dia, que ainda não tenhamos mencionado, são Dani Martínez (7’), Chaves (8’12’’) e Urán (14’10’’). Ontem tornou-se evidente que não iam disputar o top10, mas hoje tivemos a certeza.
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