Depois do dia de descanso, teremos uma das etapas mais importantes para a CG, um ITT em perfil acidentado.
Perante o equilíbrio que tem marcado o confronto entre os dois candidatos ao Maillot Jaune, é seguro presumir que teremos diferenças entre ambos na meta desta etapa, porém, têm um nível, nesta disciplina, bastante semelhante, principalmente, se tivermos em conta a dureza do percurso.
São 22,4km, com 1,3km a 8,5% (Côte de la Cascade de Coeur) nos primeiros 3,5km, seguido de uma colina e descida. Ao quilómetro 16, iniciam a subida do dia, com 6,3km a 6,6% (Côte de Domancy). A fase inicial presenteia os ciclistas com 2,8km a 8,5%.
Ter uma dificuldade tão perto do começo da etapa vai ser desafiante e podemos ver alguns nomes importantes a perder algum tempo no primeiro ponto intermédio, no entanto, a chave está em Domancy. É uma ascensão dura, para bons trepadores apenas. Dificilmente vamos ver um especialista puro a vencer a etapa, como Kung. Mesmo por Wout van Aert pode ser demasiado complicado, mas nunca se desconta o belga.
Provavelmente, a tendência vai ser para os melhores estarem no topo, mas, com o segundo dia de descanso, aliado ao desgaste provocado pelas últimas duas semanas, podemos ter surpresas.
Particularmente curiosos com o desempenho de Pinot e Kuss, que estiveram soberbos na cronoescalada do Giro, e, embora seja um ITT com (muito) menos montanha, é duro e podem fazer um bom resultado. Gaudu, por outro lado, parece que precisa de andar 130km ou mais para estar ao nível dos outros trepadores, pelo que, com um ITT (que não é, de todo, a sua especialidade) e uma subida acentuada no início, pode ter muitas dificuldades.
A luta pelo pódio, agora mais Rodriguez vs Yates e menos Hindley, também tem interesse. O espanhol é bastante competente nesta vertente, embora vá a poucas corridas onde o possa demonstrar, enquanto o britânico tem melhorado substancialmente, assim como o seu irmão, Simon, que está numa equipa com um set-up de topo, e é capaz de surpreender (como fez no Giro 2022).
O australiano também tem melhorado muito neste capítulo, e, depois de recuperar um pouco da sua queda na 14ª etapa, vai gostar de ver subidas duras neste percurso. O seu conterrâneo, O’Connor, é outro ciclista que está francamente melhor nos ITT, inclusivamente planos, mas encontra-se numa forma fraquinha.
Um bom outsider é Skjelmose, muito forte nesta disciplina e que gosta de esforços curtos, mas intensos.
As condições climatéricas, por norma, influenciam bastante os resultados num ITT. A ter em atenção.
Favoritos:
⭐⭐⭐⭐⭐Pogacar, Vingegaard, Skjelmose
⭐⭐⭐⭐Rodriguez, van Aert, Hindley, S. Yates, Bjerg, Asgreen
⭐⭐⭐Kung, Cavagna, Wright, O’Connor, A. Yates, N. Oliveira, Castroviejo, Bilbao
![](https://static.wixstatic.com/media/b2a113_2f144587eb9c419fab7cf870bc54e677~mv2.png/v1/fill/w_960,h_576,al_c,q_90,enc_auto/b2a113_2f144587eb9c419fab7cf870bc54e677~mv2.png)
Comments