A prova de contrarrelógio dos elites masculinos é extremamente longa, 47,8km, com subidas curtas pelo caminho (vão servir para quebrar o ritmo de alguns e, ao mesmo tempo, ‘pesar’ nas pernas de todos). O ponto decisivo, se até aqui não se tiverem feito diferenças significativas entre os melhores, terão, no último quilómetro, uma subida empedrada, com 0,8km a 5,5% (Stirling Castle), que, garantidamente, será suficiente para fazer estragos.
Quem estiver no limite, perderá bastante tempo nesta dificuldade final, mais dura do que parece no papel.
Em suma, é para especialistas, mas, acima de tudo, para quem estiver num bom dia, vai ser dos percursos, dos últimos anos, em que a resistência vai ser super importante.
Em termos de favoritos, começando por Wout van Aert, o belga começa a acumular um número ‘aborrecido’ de 2º lugar, principalmente, para um ciclista do seu nível, que já merecia, pelo menos, um título mundial na estrada. É um percurso excelente para ele, mas a concorrência é de peso.
E o seu maior oponente pode ser Filippo Ganna. O italiano perdeu o título em 2022, depois de o vencer duas vezes consecutivas, num percurso que não se adequava a si, mas, tem, na Escócia, um perfil que lhe agrada, porém, tem estado a competir na pista e esse desgaste pode revelar-se decisivo num percurso longo, com um quilómetro final muito agressivo.
Outro ‘peso-pesado’ na disputa, que vai gostar de um final empedrado, mas não a subir, é Stefan Kung. O antigo campeão da Europa é um dos nomes mais consistentes do pelotão, no que toca a atingir bons resultados nos seus objetivos, mesmo quando parecem inverosímeis. Está em forma e o percurso adequa-se às suas características.
Remco Evenepoel é outro aspirante ao título, de forma legítima. É, por norma, um dos melhores contrarrelogistas do mundo (top3/5), mas o final empedrado não será do seu agrado, e não parece estar no seu melhor nível, o que seria compreensível, dado que tem a defesa da Vuelta daqui a duas semanas (começa dia 26/8). Tanto em San Sebastian, como nos campeonatos do mundo, pareceu estar aquém do que consegue fazer, o que pode ser suficiente para bater nomes de 2ªlinha, como Bilbao e Vlasov, mas, um ITT contra Kung, van Aert e Ganna (entre outros), é outro tipo de exigência, onde todos os detalhes contam. Contudo, o belga, continua a ser um dos maiores candidatos à camisola arco-íris, até porque a distância o deve favorecer face aos restantes.
O atual campeão, Foss, tal como no ano passado, não consta nos principal lote de favoritos, mas, tendo em conta o resultado que obteve na Austrália, não pode ser desconsiderado.
Pogacar é sempre um nome difícil de afastar, mas, depois do Tour que teve, e do estado em que ficou após os mundiais de estrada, é improvável que lute pela vitória final.
Outros nomes a ter em conta são Bissegger, Geraint Thomas, Cattaneo (fortíssimo na Polónia) e Cavagna, devem ter hipóteses reais pelo top5, dificilmente melhor, mas não se deve descartar nenhum destes.
Almeida faz parte de um grupo restrito de atletas que podem fazer melhor que top10, nos quais, Tarling, Dennis, Bjerg, Asgreen, McNulty e Kamna, enquanto, Nelson, Vine, Leknessund, Armirail, van Emden, Hoole, Craddock, Bodnar, Gee e Healy também podem estar nessa disputa.
No fundo, vai ser uma disputa muito intensa, seja pela vitória, pódio, top10 ou top20, mas é expectável que a vitória esteja entre van Aert, Ganna, Kung e Evenepoel.
Favoritos:
⭐⭐⭐⭐⭐Ganna, van Aert, Kung
⭐⭐⭐⭐Remco, Bisseger, Thomas, Cattaneo, Cavagna, Foss, Bjerg
⭐⭐⭐Almeida, Asgreen, McNulty, Kamna, Dennis, Tarling, Armirail, Nelson, Vine
![](https://static.wixstatic.com/media/b2a113_f5f332fcb0b64961a4af31b4fda6cf78~mv2.png/v1/fill/w_980,h_1386,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/b2a113_f5f332fcb0b64961a4af31b4fda6cf78~mv2.png)
Comentarios