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Masculino Elite Estrada

A UCI decidiu organizar um evento totalmente dedicado aos campeonatos mundiais, englobando várias vertentes, além do ciclismo de estrada, há ciclismo de pista e mountain bike, entre outras, daí que se justifique esta data, cerca de 6 semanas antes do período habitual.

O circuito tem 271,1km, entre Edinburgh e Glasgow, e destaca-se por ser citadino, estilo Criterium, com várias subidas explosivas e muitas (muitas mesmo) curvas apertadas.

Os primeiros 45km são repletos de altos e baixos, e, ao quilómetro 70, enfrentam 4,4km a 3,4%, com mais dificuldades subsequentes, e, a maior subida do dia, surge depois de estarem percorridos 88,9km, com 5,6km a 4% (Crow Road).

Ao quilómetro 120, entram no circuito e percorrem os seus 14,3km dez vezes.

É um terreno muito complexo de se analisar, em concreto, dado que, no fundo, consiste em curvas e subidas.

O ponto chave, tem se considerado, é Montrose Street. São cerca de 200m a 10% (depende da fonte que se consulte), porém, pelos relatos dos locais, assim como pelas imagens, pode-se concluir que, a subida, é, claramente, mais dura do que o papel aparenta, zonas com cerca de 14,5%. Os ciclistas irão passar neste ponto a 1,5km da meta.

Se chover, será o caos e fará muita diferença, principalmente, nas descidas e curvas.

Devido ao percurso exigente e complexo, a perseguição terá muitas dificuldades, pelo que, como ocorreu no ano passado, é esperado que a vitória surja num momento oportuno, estilo Remco ou van Baarle, aliás, as táticas empregadas pela maioria das equipas, assim como a dificuldade em perseguir fugas, podem beneficiar supostas 2ª linhas, como em Leuven (van Baarle, Valgren, Stuyven e Powless isolaram-se na luta pelo pódio, e, sem Alaphilippe, o campeão do mundo teria sido surpreendente) e Wollongong (neste último, um conjunto com Rota, Schmid, Skjelmose, Eenkhoorn teve hipóteses de lutar pelas medalhas, mas colocaram-se a ‘olhar’ uns para os outros, perdendo, por isso, essa oportunidade).

Essencialmente, é um trajeto complexo, muito técnico e explosivo. Perfeito para ciclistas de ciclocross e, porventura, com experiência em Criteriums. Tendo isso em consideração, há um nome que se destaca: Tom Pidcock. O jovem britânico é, provavelmente, o melhor ciclista do pelotão, em termos técnicos, tem bastantes anos de competição nas três vertentes, é explosivo e seria, sem dúvida alguma, o nosso favorito, pese embora a distância dos campeonatos, contudo, e o pormenor mais importante, não vai estar presente na partida. Optou por participar exclusivamente na prova de MTB, o que é estranho, com um percurso tão próximo das suas características, e por ser na Grã-Bretanha, onde contaria com muito apoio, certamente.

No entanto, mesmo que participasse, não seria, de todo, o grande favorito. Perante a complexidade do percurso, há uma panóplia de nomes que saltam à vista, dois deles, eslovenos, não irão marcar presença, a saber: Roglic e Mohoric (numa forma soberba, excelente tecnicamente, consegue aproveitar qualquer descida para ganhar metros de avanço, fulcral nestes campeonatos, endurance como poucos e boa capacidade ao sprint, não se entende que não vá).

Fora estes, há outras perdas, mas não tão significativas.

Há uma linha de favoritos claros, nomeadamente, Evenepoel, van der Poel, Pogacar (vamos ver o nível de fadiga), van Aert e Pedersen. Mas, há uma lista de outsiders ainda maior, como Philipsen, Asgreen, Skjelmose, Wright, Alaphilippe (em forma, seria dos principais favoritos), Laporte, Madouas, Aranburu, van Baarle, Kooij, Bettiol, Rota, Trentin, Matthews, Groves, Powless, Hirschi, Almeida, Tobias, Politt, Healy, Lutsenko, Narváez ou Kwiatkowski.

Ainda mais improváveis, Stuyven, Cort Nielsen, Cosnefroy, Coquard, Stewart, Turner, Izaguirre, Garcia Cortina, Bagioli, Buitrago, Schmid, Guerreiro, Kristoff, Leknessund, Tiller, Denz, Gee, Strong, Skujins, Liepins, Vacek ou Sagan.

A vastidão de nomes demonstra a imprevisibilidade do percurso, onde uma avaria mecânica pode deitar tudo a perder. É descabido achar que Politt e Groves, por exemplo, são tão favoritos quanto Philipsen ou Alaphilippe, porém, na movimentação certa, podem surpreender, até pela escassez de líderes em cada seleção, algo que os belgas e os franceses têm em excesso. O mesmo se aplica ao caso de Liepins e Tiller face a Stuyven e Schmid, como exemplo.

O que queremos demonstrar é que há várias maneiras de a corrida se desenrolar e pode haver espaço para surpresas, fruto de quedas, avarias, táticas ou uma forma surreal (como Foss, no ITT na Austrália em 2022), e, para nós, o vencedor surgirá de uma antecipação, em que os favoritos vão tardar em responder.

Ciclistas como van Baarle, Powless, Skjelmose, Wright, Healy, Asgreen ou Madouas, entre outros, são exímios neste campo da antecipação e muitíssimo difíceis de trazer de volta ao pelotão. Por sua vez, Laporte, Matthews, Groves e, sobretudo, Philipsen, são homens rápidos com capacidade de ultrapassar as dificuldades durante o dia, e de as atacar, na verdade. Qualquer grupo onde estejam, na chegada à meta, vai ser, tendencialmente, disputado entre si.

Quanto aos favoritos, Remco será o principal candidato a um ataque de longe, seguido por Pogacar e podemos ver um ‘frente a frente’ tão esperado, mas, ao mesmo tempo, MvdP e WvA são outro confronto direto que é ambicionado pelos fãs.

Serão, ao que tudo indica, os quatro favoritos, com o belga da Jumbo a perder um pouco o estatuto, mas, pelo simples facto de ter sido pai há um par de semanas e, por isso, presumimos nós, tem tido menos tempo para treinar, algo que os seus rivais diretos têm feito.

Numa corrida tão desgastante, pode fazer a diferença. Pedersen é, a par de van Aert, o sprinter com melhores capacidades neste percurso, pelo que se prevê que esteja na disputa, à semelhança do que ocorreu em 2019, em Harrogate.

Philipsen é outro nome em excelente forma, e, noutra seleção, poderia integrar o grupo de principais favoritos, assim como van Baarle. O holandês especializou-se a ser subestimado, atacar quando os grupos estão hesitantes, para nunca mais ser visto, senão, para lá da meta.

Skjelmose gosta destes terrenos, é muito completo e tem um bom sprint, como Powless. Wright e Asgreen são semelhantes, mesmo que o dinamarquês seja mais forte, estará, provavelmente, às ordens de Mads, enquanto, o britânico, será o líder da sua seleção.

Quanto aos portugueses, Almeida e Ruben devem ser os líderes, com o primeiro a ter alguma prioridade face ao ritmo que ambos mostraram no Tour de Pologne, e Nelson e André serão os seus gregários. A tática para ambos, parece-nos, seria jogar na antecipação, dado que, no caso de Ruben, não tem a mesma qualidade nestas subidas que os melhores, mas é forte o suficiente para estar com os nomes que costumam apostar nesta tática. João, por sua vez, tem problemas de posicionamento e, caso consiga atacar cedo, tem uma boa combinação de resistência e endurance que o permitiria aguentar na frente. A chuva não é a melhor amiga do homem da UAE, mas, estando à frente do pelotão (onde a corrida se vai desenrolar), pode surpreender. Anda bem sozinho, é rápido e tem técnica. Num percurso mais montanhoso, seria um candidato às medalhas. Em termos de expectativas, não são altas (devido ao tipo de percurso e características de ambos), mas podemos ver um deles, ou os dois, ao ataque e, quiçá, figurar no top10.

Uma vez mais, há muitas opções por onde analisar (Healy de longe, Kwiato de um grupo reduzido, Alaphilippe vintage ou Powless na antecipação), mas, o fundamental, é que vamos ter uma corrida imprevisível onde, apesar das capacidades técnicas de MvdP, o alvo a abater será Evenepoel. Se o belga se isola, será extremamente complicado recuperar o défice que tenha sido conseguido. Assim como Pogacar. Estes três são dotados de um endurance anormal, perfil ofensivo e um sprint sólido, principalmente, o holandês, mas não esquecer que o esloveno já bateu Matthews e van Aert em sprints algo longos e difíceis, e o (ainda) campeão do mundo tem melhorado muito neste aspeto.

Portanto, sendo uma corrida que aponta à imprevisibilidade, parece-nos crível que um outsider tenha hipóteses de surpreender, mas temos esperança em ver um grande confronto entre os melhores do mundo.


Favoritos

⭐⭐⭐⭐⭐Remco, van der Poel, Pogacar

⭐⭐⭐⭐Pedersen, van Aert, Philipsen, Matthews, van Baarle

⭐⭐⭐Alaphilippe, Powless, Healy, Laporte, Kwiato, Asgreen, Wright, Skjelmose, Kooij



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