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João Almeida

João Almeida.

É isso. Que espetáculo.


Começou a tão esperada 3ª semana e logo com uma etapa dura.

A composição da fuga só ficou confirmada depois de 40kms percorridos, com 26 ciclistas.

Havia dúvidas quantos às intenções dos favoritos, mas, cedo, se percebeu que, porventura, a UAE e a INEOS queriam pressionar a Jumbo. Os homens dos Emirados tentaram colocar um ciclista na fuga, e conseguiram com Ulissi, enquanto os britânicos tinham Swift e Puccio.

A Jumbo tinha a responsabilidade do seu lado, sendo auxiliada pela Groupama no topo da primeira dificuldade, não só por ser a única equipa dos favoritos sem membros na fuga (e aqui incluímos Caruso e a Bahrain, por exemplo), como tinham permitido que Konrad (9’06’’ da liderança), Jack Haig (7’48’’) e Aurélien Paret-Peintre (4’30’’), que eram altamente perigosos para a geral, caso a vantagem da fuga, principalmente com as dimensões que tinha, não fosse controlada.

Houve descoordenação na frente, principalmente quando dois Astana andaram fugidos, mas APP, e bem, colocou o seu irmão, que também estava na fuga, a trabalhar, aumentando a vantagem para o pelotão. O objetivo era entrar na subida final com a maior vantagem possível, não pela vitória de etapa, mas para ganhar tempo aos adversários.

Não foram bem-sucedidos, devido ao excelente trabalho da Jumbo-Visma, durante quase toda a etapa, mas, principalmente, entre os 50km e os 14,3km para o fim, altura em que só ficou Kuss com Roglic e houve um momento de hesitação sobre quem iria assumir a perseguição.

A INEOS afastou-se e Almeida pediu à equipa para continuar o trabalho dos rivais, pormenor importante foi a manutenção de Ulissi no grupo avançado, assim como Swift, que estava, claramente a marcá-lo durante esta fase, houve vários momentos em que Ulissi era afastado da fuga e, o britânico, seguia-o à distância, até que o italiano se desligou desse grupo definitivamente para ajudar no pelotão e, adivinhe-se, aconteceu o mesmo com o homem da INEOS, mas este não conseguiu ajudar mais a equipa, foi uma tática curiosa. Quanto ao trabalho da UAE, primeiro foi Formolo (conhecido pelas suas caretas de esforço), seguido por Vine (entre os 10km e 9km, foi pouco, nesta fase, mas muito duro, ‘partindo’ o motor a vários ciclistas neste grupo, incluindo o colega de equipa McNulty), que interrompeu para que Ulissi puxasse (durante 500 metros, mas fez danos) e, de volta, estava o australiano, que fez um forcing final fortíssimo, destruindo o pelotão, ficando apenas Kuss com Roglic, G Thomas, Zana (vinha da fuga) e Dunbar.

João assumiu a frente durante um pouco, até que Zana gastou o resto de energia que tinha pelo colega de equipa. Fez um excelente trabalho até aos 6,8km, e o português voltou para a frente, com um ritmo alto. Voltou para o fundo do grupo 800m depois, com Kuss a não assumir o trabalho, motivando um ataque ‘a sério’ de Almeida, a 5,9km. Neste momento, o americano manteve o nosso fugitivo por perto, protegendo Roglic, Dunbar e G.

Não era benéfico, tinha 3/4 segundos de vantagem, só se desgastava, enquanto os rivais iam mais confortáveis, expondo-se a novos ataques, se capturado.

Dunbar vacilou, G fechou a roda para o gregário de Roglic e o esloveno parecia ir a sofrer. O britânico sentiu a debilidade do rival, quando Kuss aumentou o ritmo, e fez a ponte para o português a 4,6km da meta.

Almeida teve de ir a fundo, numa fase inicial, para não perder a boleia do adversário, enquanto, atrás, o irlandês regressava aos perseguidores, onde o americano se ‘enterrou’ para não deixar os adversários fugir.

Os últimos 3kms eram mais fáceis, onde Roglic ia mais protegido, atrás do seu fiel escudeiro, e, por sua vez, os fugitivos iam mais expostos e a beneficiar menos do ‘draft’ que pudesse existir. Almeida meteu ritmo, atacou e, depois de apanhado por Thomas, não se coibiu de auxiliar. Foi uma ótima dinâmica, respeitadora entre ambos, nenhum se escondeu e Thomas foi quem conduziu o duo entre os 700m e os 180m, quando o português lançou o sprint e não deu hipótese ao veterano. Foi um risco, lançar se de tão longe, mas funcionou de forma magnífica e conseguiu, desta maneira, a sua primeira vitória numa grande volta.

Roglic bateu Dunbar na luta pelas bonificações (Kuss tinha ficado sem energia no início do quilómetro final), chegando a 25’’. G Thomas volta a assumir a Maglia Rosa e Almeida para o 2º lugar.

Foi uma etapa soberba, e histórica para o povo português.

Nota para as excelentes exibições, além dos dois da frente, de Dunbar, Kuss, Van Wilder, Rubio, e a dupla da INEOS (Arensman e De Plus mantêm se no top10). Resta saber se foi um dia mau de Roglic, ou se não está ao nível dos rivais. De qualquer das formas, salvou, em parte, o dia.


O que é certo é que João deu espetáculo e venceu! Temos Giro!










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