A primeira etapa montanhosa promete emoção, principalmente com a UAE a querer animar a corrida desde as primeiras etapas.
O percurso é praticamente plano até ao quilómetro 72, momento em que vão enfrentar uma categoria especial, HC, com 15,2km a 7% (Col du Soudet).
Aos 120km, têm uma 3ª categoria, de 4,2km a 6,2% (Col d’Ichère), seguida, pouco depois, pela última dificuldade do dia, 1ª categoria, de 7,8km a 8,4%, com os últimos 4,8km a 10,5% (Col de Marie Blanque), que os deixa, no topo, a 19km da meta.
No topo, não há uma descida ‘a direito’, dado que, durante alguns quilómetros vão alternar a descida com plano e algumas subidas. Na base da descida em si, ficarão a faltar apenas 7,5km para a meta.
Perante as circunstâncias, já há ciclistas afastados na CG, como Urán, Martinez, Chaves, Rui Costa, Ruben Guerreiro, Jorgenson, entre outros, não é, de todo, descabido ver uma fuga a vingar.
O problema prende-se com o tipo de ciclista que vai conseguir ir para a fuga. Com um início relativamente plano, será difícil para trepadores integrarem a fuga, mas, com uma dificuldade de 2km dentro dos 15km iniciais, podem, aí, ter uma oportunidade.
Vai haver muito interesse em integrar o grupo de fugitivos, é uma etapa bastante apetecível, até porque, ao não terminar em alto, abre a porta a mais ciclistas que não puros trepadores.
A sobrevivência da fuga vai depender da UAE e da Jumbo, sendo que, no caso dos holandeses, devem querer poupar energias para as duas semanas que restam, enquanto os homens do Médio Oriente vão ter que decidir se perseguem a fuga para Pogacar alcançar a vitória de etapa ou se permitem que a fuga vingue e, de preferência, podem ‘conceder’ o Maillot Jaune a um ciclista que não represente uma ameaça à CG, e que, obviamente, esteja integrado na fuga.
Parece-nos que Wout fará tenções de estar entre os escapados, não quer dizer que a UAE deixe. No caso de Martínez, era um dia excelente, bom trepador e bom finalizador, mas é terrível a descer, pelo que, em princípio, seria distanciado nessa parte da etapa, a menos que vá sozinho.
A partir da fuga, os nomes mais aliciantes são Powless, Alaphilippe (em forma seria a etapa ideal), Ruben Guerreiro, Gall (há dúvidas quanto ao seu sprint, mas é um bom trepador), Paret-Peintre, Barguil (não tem mostrado a forma que se esperava, mas pode estar a poupar se), Rui Costa, Urán, Chaves, Jorgenson, Pinot ou Tobias Johannessen.
No pelotão, claramente, Pogacar e Vingegaard, mas o esloveno tem um sprint mais forte, sem descurar Pidcock, mesmo que seja descartado na subida, pode regressar na descida, Bilbao (dos sprints mais fortes dos homens da CG, além de um mágico a descer), Gaudu, Lafay (dificilmente passa com os melhores, é um puncheur, mas, nesta forma, não dá para descartar), Skjelmose, Hindley ou os irmãos Yates, por exemplo.
Neste momento, a amostra foi pequena e, em princípio, amanhã vamos ter uma noção mais clara de quem tem pernas para estar com os melhores, por agora, é difícil ter a certeza.
Para nós, o sensato seria a UAE deixar a fuga vingar, até porque, com este perfil, será difícil ganhar mais do que alguns segundos de bonificações a Vingegaard, a menos que adotem a estratégia 1-2, limitando a equipa do dinamarquês na subida de categoria especial e isolando-o, ou tentar, na subida de 1ª categoria, dado que, a seguir ao topo, há locais para fazer a diferença e desgastar o vencedor do último Tour.
Neste momento, com esta proximidade, seria preciso Vingegaard jogar muito frio para não responder a ataques de Adam Yates, ou contar muito com Kuss ou Kelderman.
Favoritos
⭐⭐⭐⭐⭐Powless, Jorgenson, Paret-Peintre
⭐⭐⭐⭐Pogacar, Vingegaard, Gall, Alaphilippe, Bilbao, Guerreiro,
⭐⭐⭐Pidcock, Rui Costa, Yates (x2), Urán, Chaves, Gaudu, Skjelmose, Barguil
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