A suposta etapa rainha, pelo menos antes das alterações à primeira montanha.
Já vamos falar disso, mas, primeiro, o percurso.
Os 60kms iniciais são, praticamente, planos, seguidos de uma subida de 1ª categoria, cerca de 26km a 5% (Salita del Gran San Bernardo), percorrendo, depois do topo, um ligeiro falso plano de 7kms, atingindo os 1915metros de altitude, iniciando uma descida com, mais ou menos, 25km, curto planalto, para iniciar nova 1ª categoria. Aí, têm a maior dificuldade do dia, 15,5km a 8,6% (Croix de Coeur), atingindo os 2174m, com uma descida, logo depois do topo, de 22km.
Após isto, um planalto, com extensão de 22,5km, que vai conduzir os ciclistas à subida final, de 1ª categoria, com 13km a 7,3% (Crans Montana). Aqui, enfrentam os 1456m, sendo, os últimos 3km, mais fáceis, principalmente o último, que é um falso plano de 3,3%.
Quanto ao que pode acontecer, com o comboio da SkyINEOS nunca se espera dinâmicas ousadas, antes pelo contrário. Pelo histórico, vão deixar a fuga ganhar tempo, preferencialmente com Van Wilder ou Buitrago ou qualquer outro ciclista que possa ameaçar o top10/5, ou até o pódio, para 1) não desgastar tanto a própria equipa e 2) para obrigar outras equipas a ajudar.
No entanto, a Jumbo, a UAE e a Bahrain devem constar nas equipas mais interessadas em testar os outros concorrentes, até porque, a etapa seguinte será, supostamente, fácil. Vine, se for para a fuga, pode ser um candidato à vitória ou uma ponte para Almeida, caso o português ataque.
A ideia inicial passava por ter a primeira montanha a ultrapassar os 2400m de altitude, contudo, não foi possível, o que tira parte do espetáculo à etapa, dado que, acima dos 2000m, o esforço é diferente, mais difícil, o que colocaria certos candidatos ao top10 em sofrimento para o resto da etapa, havendo espaço para surpresas. Continua a ter interesse, e a ser uma etapa dura, mas, para os adeptos principalmente, não será tão entusiasmante.
A segunda montanha tem uma descida que, perante as condições do pavimento, muito escorregadio e sem aderência, pode implicar novas alterações ao percurso.
A fuga tem hipóteses realistas, mas vai depender da vontade dos homens da CG em mostrar as suas valias. Deixar tudo para a última semana pode não ser a melhor tática.
Com três contagens de montanha de 1ª categoria, os candidatos à Maglia Azzurra vão se mostrar, sendo expectável que Pinot procure a fuga, não só para pontuar, como para ganhar tempo ao pelotão, com o propósito de reentrar no top10. Mesmo Buitrago deverá ter essa intenção.
O maior problema prende-se com o início, que será, maioritariamente, plano, o que vai tornar difícil, para os trepadores peso-pluma, integrarem a fuga, como Ben Healy, pelo que, poderemos ver vários ciclistas da mesma equipa, um gregário com características de rolador a trabalhar nesse sector para o seu colega de equipa que seja melhor trepador.
Por isso, nos favoritos temos homens da geral e candidatos à fuga.
⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️Roglic, Pinot, Vine
⭐️⭐️⭐️⭐️Almeida, Thomas, Caruso, Healy, Buitrago, Van Wilder
⭐️⭐️⭐️Cepeda, Carthy, Kuss, Barguil, Zana, McNulty, Fortunato, Rubio
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