3ª Etapa
- João Pedro Silva
- 8 de mai. de 2023
- 3 min de leitura
Depois do presumível dia calmo que se tornou num dia amargo, temos um dia difícil que pode ser simpático. Isto porque o desfecho da etapa vai depender inteiramente da vontade da Trek, EF e Jayco. Claro que podem surgir outros intervenientes, mas estas são as equipas mais interessadas em despachar os sprinters, principalmente a equipa de Magnus Cort Nielsen e Bettiol e a equipa de Michael Matthews, que, num cenário normal, não terão hipótese contra Gaviria, Groves e companhia.
Temos uma etapa de 213km que vai ser razoavelmente plana até aos 173km, a partir desse momento, os ciclistas enfrentam uma 3ª categoria com 6,3km a 6,4% (Valico dei Laghi di Monticchio), imediatamente seguida por uma 4ª categoria de 3.1km a 7,6% (Valica La Croce). Esta combinação pode ser fatal para os sprinters, se o ritmo for alto. E há equipas com elementos úteis para esse efeito, como as supracitadas.
Daí até à meta são 26km, com os últimos 10 a serem desafiantes, com ligeiras ascensões que podem suscitar ataques.
Portanto, os últimos 40km vão ser difíceis para os puros sprinters que, se não forem deixados para trás, poderão ter as pernas demasiado pesadas para discutir a vitória. A dupla combinação de 3ª + 4ª categoria vai custar e, as equipas que mais podem beneficiar com isso, EF, Trek e Jayco, têm o dever de pressionar nesse momento, isto se quiserem discutir a etapa. Porventura, a Trek não teria de o fazer, dado que Pedersen é forte o suficiente para lutar com os melhores ao sprint, mas quanto menos concorrência, melhor, pelo que será esse o principal motivo para trabalharem.
A Alpecin, devido à boa capacidade de Groves neste tipo de subidas, também poderá ser parte interessada em aumentar o ritmo, mas já é mais arriscado.
O perfil final da etapa, os últimos 10kms, é marcado por várias percentagens (situadas entre os 2,8% até 6,1%) que vão tirar frescura aos homens rápidos se houver pressão na frente do pelotão. Para isso importa referir que o penúltimo quilómetro tem uma média de 3,4%, com o máximo de 5,3% e o último quilómetro atinge os 6,1% nos últimos metros da etapa, será um final em falso plano, depois de 40km, expectavelmente, duros.
Há algumas opções para esta etapa. Primeiro, a fuga, poderá haver interesse por parte da Soudal-Quickstep em deixar a fuga vingar, de forma a passar a Maglia Rosa e as suas responsabilidades, mas este cenário não me parece provável, porque, as três equipas mais referidas neste post, terão interesse em corrigir o resultado de ontem. Em segundo lugar, poderemos ver uma etapa calma, favorecendo os sprinters, o que também não deve ocorrer, dado que é uma boa oportunidade para os outsiders e Mads. Como terceira hipótese, podemos ver um ritmo alto para eliminar os sprinters, o que abre duas subhipóteses, ataques tardios de ciclistas oportunistas, o que beneficiaria um ciclista como Cort Nielsen, ou um sprint reduzido a partir de um grupo bem composto (o pelotão não deve perder muitas unidades além dos sprinters), e, neste cenário, Roglic, no seu dia, é uma verdadeira ameaça. Não será um final inclinado o suficiente para bater Pedersen ou mesmo Bettiol, MCN ou Matthews, mas pode ir buscar bonificações para reduzir a diferença para Evenepoel.
⭐⭐⭐⭐⭐ Mads Pedersen; Groves; Matthews;
⭐⭐⭐⭐Bettiol; Cort Nielsen; Albanese; Stewart
⭐⭐⭐Milan; Gaviria; Vendrame; Oldani; Ulissi; Roglic

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