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Tour de Hongrie 2023

Na corrida por etapas (são cinco) que decorre ao mesmo tempo do Il Giro, o Tour de Hongrie, tínhamos um percurso interessante, com três etapas ao sprint (1ª, 2ª e 5ª), e duas acidentadas (3ª e 4ª, provavelmente a mais difícil).


Nos candidatos à CG a escolha era variada, mas sem ter um claro favoritos, com Marc Hirschi e Finn Fisher-Black (UAE Team Emirates), Damien Howson (Q36.5 Pro Cycling Team), Sylvain Moniquet (Lotto Dstny), Fausto Masnada (Soudal – Quick Step), Oscar Onley e Max Poole (Team DSM), Egan Bernal, Ben Tulett e Lucas Plapp (INEOS Grenadiers), Jakob Fuglsang (Israel – Premier Tech), eram alguns dos que podiam surgir.

Contudo, no caso dos sprinters havia abundância. Dylan Groenewegen (Team Jayco AlUla), Caleb Ewan (Lotto Dstny), Fabio Jakobsen (Soudal – Quick Step), Sam Bennett (BORA – hansgrohe), Phil Bauhaus (Bahrain – Victorious), Matteo Moschetti (Q36.5 Pro Cycling Team), Elia Viviani (INEOS Grenadiers), a dupla Casper Van Uden e Tobias Lund Andresen (Team DSM), Álvaro Hodeg (UAE Team Emirates), Itamar Einhorn (Israel – Premier Tech), entre outros.


Etapa 1

A primeira etapa foi brindada com uma grande queda, a 1,1km do fim, onde ficaram envolvidos Bernal (demorou muito a recuperar animicamente, o que é compreensível perante o problema físico que teve durante o ano transato depois de chocar contra um autocarro no início da época), Luke Plapp e Damien Howson, entre outros intervenientes.

No sprint, no meio do caos provocado pela queda, vimos um lançamento estranho da DSM, foi bom, mas não se percebeu bem com que propósito ou para quem, o seu melhor sprinter chegou em 21º, um sprint longo ou, simplesmente, um mau lançamento de Narváez, visto que Viviani não estava sequer perto de si e o equatoriano não foi ameaça à vitória em momento nenhum, aliás, os colegas em questão terminaram em 22º e 23º, e um lançamento perfeito (não é novidade) de Van Poppel (BORA) para Sam Bennett, que levava Groenewegen na roda.

Estes dois disputaram a vitória com Ewan e Bauhaus, sendo que o regressado Hodeg (teve uma lesão grave que o manteve afastado durante muito tempo) fez 5º.

Groenewegen foi o grande vencedor.



Etapa 2

Quanto à segunda etapa, e quanto aos azarados da queda do dia anterior, Luke Plapp não começou a segunda etapa, e Howson, perante nova queda, teve de desistir.

Einhorn teve uma queda a 1,7km do fim, afastando-o de disputar o sprint.

A Lotto e a DSM (um pouco mais organizados) assumiram as despesas no último quilómetro, com Bennett a ter de lançar de muito longe (remetendo-o para o 14º lugar na meta), assim como Ewan (mesmo assim fez 7º) e Groenewegen muito longe da frente (chegou em 19º), tornou-se claro que teríamos novas figuras no pódio. No meio disto, surge a figura de Jakobsen, com o seu equipamento branco e azul de campeão da europa, pelo meio da estrada, para levar a vitória com autoridade. Bauhaus saía da roda de Ewan para levar o 2º lugar e, surpreendentemente, Vito Braet (Team Flanders – Baloise) segurou o 3º.



Etapa 3

Na terceira etapa, tínhamos um perfil acidentado durante a maioria do dia, a terminar em subida, com 2,3km a 8,6% (Állatkert).

O grupo já vinha reduzido, com a DSM a guiar na entrada da subida, onde Narvaez entrou a grande ritmo, quebrando, aparentemente, Bernal, que, por sua vez, ia chocando contra Ben Tulett. Na verdade, Bernal, parecia ter rebentado, contudo, manteve-se no grupo, perto da frente, não se entendendo bem aquele movimento brusco.

O britânico da INEOS seguia na roda de um compatriota, Max Poole, enquanto, atrás de si, vinha Hirschi, o grande favorito.

Alex Martin (EOLO-Kometa) atacou a 1,9km, mas não conseguiu fugir de Narváez. 100 metros depois, e, já anulado o ataque, arrancou Tulett, tendo resposta de Hirschi, Poole, Bernal e Márton Dina (ATT Investments). O homem da DSM não conseguiu seguir o ritmo dos dois da frente, provocando um corte, mas sem quebrar, distanciando-se dos elementos do grupo em que estava, ficando um pouco em terra de ninguém.

Atrás vinha um incrível Narváez que encostou no grupo e passou para a frente do mesmo, embora por pouco tempo. Encostaram também Onley e Moniquet.

No momento em que Bernal se distanciava de quem vinha no seu grupo e procurava chegar a Poole, Hirschi efetuou o contra-ataque a 1,3km do fim, deixando Tulett sem resposta, com Poole a juntar-se.

No último quilómetro, tínhamos Hirschi sozinho, com Poole e Tulett a perseguirem como conseguissem, seguidos de Bernal (entretanto apanhado), Onley e Moniquet, com Matteo Fabbro (BORA – hansgrohe) a juntar-se pouco depois.

Até ao fim, os grupos ficaram assim, vencendo o suíço com 0’08’’ sobre Tulett e 0’10’’ sobre Poole. Moniquet (4º), Onley (5º), Fabbro (6º) e Bernal (7º) chegaram juntos a 0’12’’.

O grupo seguinte, e para finalizar o top10, era composto por Yannis Voisard (Tudor Pro Cycling Team), Matteo Badilatti (Q36.5 Pro Cycling Team) e Dina, todos a 0’23’’.



Etapa 4

A quarta etapa era composta por várias 2ª categoria, sendo a primeira de 6,9km a 5,5% (Ket-Bukkfa), duas passagens noutra com 2km a 8,7% (Pilisszanto), e, por fim, tinham 10,9km a 4,3% (Dobogoko).

A etapa não teve grande história, até porque se esperava que o momento chave surgisse nos últimos 12km, onde, aí sim, iríamos ver vários ataques, até porque, a equipa do líder da corrida, a UAE, tinha apenas um ciclista para auxiliar Hirschi na subida final, mais longa do que os terrenos onde o suíço se sente mais confortável, e a liderança era escassa.

A fuga, com três conhecidos belgas, em que, curiosamente, nenhum é conhecido pelas suas habilidades como trepador, De Buyst, De Bondt e Lampaert, seguia com 2’40’’/2’30’’.

O homem da Alpecin foi o primeiro a quebrar, enquanto, no pelotão DSM e Tudor davam uma ajuda à UAE.

Os primeiros dois ataques surgiram por Narváez, dentro dos 10km finais, com resposta imediata de Hirschi, por incapacidade de Fisher-Black (seu colega) em seguir o ritmo na frente. A DSM também tentou surpreender, sem sucesso.

O neo-zelandês não desistiu e voltou para a frente do grupo, impondo um pouco de ordem, mostrando a sua utilidade quando se viu novo ataque do equatoriano da INEOS, anulado pouco depois.

A 5,5km do fim, novo ataque do suspeito do costume, com Finn a ter mais um pouco de energia para gastar e, no momento em que se dá a captura de Narváez, a DSM aproveita para contra-atacar com Onley. O camisola amarela continua a conseguir responder.

A primeira vez que não o vemos a saltar para a roda dos adversário é no quinto ataque do homem da INEOS (energia ilimitada). Fisher-Black regressa, impõe ritmo, aproxima o seu líder, que ataca para fechar o espaço remanescente e segue, quase de imediato, a tentativa de Onley, que começou a trabalhar na frente.

A 3,5km, arranca Poole, segue Hirschi, com Tulett por perto, e resposta imediata de Voisard (Tudor), com Bernal a tentar fazer a ponte. Ambos anulados pelo líder da corrida.

Na frente, mantinham-se os dois belgas das equipas rivais.

A Caja Rural mostra-se, por Balderstone, tendo liberdade para perseguir a fuga. No pelotão, ou o que restava dele, mostrava-se Thibau Nys (a exibição surpresa desta prova, é certo que o nível do pelotão não era tremendo, mas, objetivamente, aguentou no grupo dos favoritos, com trepadores bastante decentes, um Bernal em crescendo e jovens promissores, quando, supostamente, o belga, é um futuro homem de clássicas e mais próximo de sprinter que trepador, soberbo).

Bernal fazia nova aceleração, novamente cancelado pelo suíço, Tulett deu ideia que podia tentar alguma coisa, mas abrandou e, essa hesitação, permitiu a Voisard tentar novamente, quando estávamos a entrar nos últimos 2km, sem resposta, apesar de estar a 0’33’’.

O trepador da Tudor foi o primeiro a alcançar a fuga.

Balderstone tentou fazer a ponte.

O britânico da INEOS, que estava no segundo posto, testou o homem da UAE, sem sucesso. Enquanto o colombiano, seu companheiro, tentou surpreender perto do último quilómetro, com resposta de Nys, Fabbro, Poole e Hirschi. Momento em que a fuga foi capturada.

A Lotto conduziu o grupo dos favoritos até aos metros finais, Voisard celebrava uma bela vitória na meta, com Nys a bater toda a gente com uma facilidade extraordinária pelo 2º lugar, Moniquet a ficar com o lugar mais baixo do pódio e, um fortíssimo, Hirschi a chegar em 4º, com a sua sombra, Tulett, logo a seguir.

Os 10 segundos conseguidos por Voisard, mais 10’’ de bonificações, levaram-no ao 3º lugar da geral, com Tulett em 2º e Hirschi em 1º.

De destacar o nível de Nys, surpreendente aguentar com os melhores e batê-los com facilidade ao sprint depois da etapa que foi, dado que não é o seu terreno e é estranho (pela positiva) que consiga ter a frescura suficiente para este belo resultado. Também Hirschi teve uma prestação fantástica, perante os diversos ataques com que teve de lidar, levando para casa uma merecidíssima conquista da classificação geral.



Etapa 5

A quinta, e última, etapa foi cancelada por mau tempo, tendo, os ciclistas, feito algumas voltas pela cidade de Budapeste, por respeito aos fãs.


Por isso, a CG estava definida com o dia anterior, com a camisola dos pontos a ir, surpreendentemente, para um homem da fuga, Matús Stocek (ATT Investments) e a camisola da montanha foi para Sebastian Schonberger (Human Powered Health).










Rui Oliveira esteve presente, fazendo parte do comboio de Hodeg, nas duas primeiras etapas ao sprint, e trabalhando, nas duas etapas finais, para Marc Hirschi. Fez um trabalho exemplar, principalmente, na etapa de montanha, durante a aproximação à mesma, depois de um dia inteiro na frente do pelotão.




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