Uma das corridas por etapas mais interessantes do WT chegou ao circuito feminino, na forma de 3 etapas, no ano passado todas vencidas por Demi Vollering (SD Worx), que, obviamente, também assegurou a CG.
Este ano, a logística foi a mesma, e a favorita também. Havia outros nomes a apontar, como Annemiek Van Vleuten (Movistar), acabada de vencer a Vuelta, Katarzyna Niewiadoma (Canyon//SRAM) e Évita Muzic (FDJ – SUEZ), por exemplo.
A portuguesa Vera Vilaça (Massi – Tactic Women Team) também participou.
Etapa 1
A primeira etapa teve a sua história contada na última dificuldade do dia, 4,9km a 6,1% (Urkaregi), que deixava as ciclistas a 9km da meta, com 7 a serem em descida e 2 em plano.
O ataque de Vollering surgiu a 13,5km da meta, isolando-se com Niewiadoma, com AVV a aproximar-se. A 12,7km, a líder da SD Worx já seguia sozinha. Atrás, seguiam as duas supramencionadas, com uma colega da líder da etapa, Marlen Reusser. Liane Lippert (Movistar) tentava fechar o espaço para o grupo da colega de equipa, sendo apanhada por Olivia Baril (UAE Team ADQ), Soraya Paladin (Canyon//SRAM) e Évita Muzic.
No início da descida, a vantagem rondava os 50 segundos. Baril, entretanto, tinha conseguido fazer a ponte para o grupo da frente.
Esse grupo vir-se-ia a partir em dois, com a polaca e a suíça na frente e a canadiana e a holandesa (tem histórica de quedas feias, então, tem uma abordagem muito cautelosa a descidas, principalmente com a chuva que estava e piso molhado) a perseguirem.
A vitória (4/4 etapas na história desta corrida, mais 1 a contar com a CG do ano passado) chegou com uma vantagem de 47’’ para a sua colega de equipa, Reusser (que roubou as bonificações às adversárias), terceiro lugar para Niewiadoma a 49’’, com AVV e Baril a chegarem a 51’’ da vencedora.
Vera Vilaça chegou em 36º lugar, a 3’53’’.
Etapa 2
A segunda etapa, como as restantes, era acidentada, com a subida chave numa subida a 33km do fim, com 3,3km a 4,7% (Malkuartu).
O principal ponto de interesse surge no fim de Malkuartu, com a aceleração de Fisher-Black, eliminando toda a fuga e parte do pelotão. Restavam cerca de 20 ciclistas.
A partir dos 26km finais, vimos vários ataques e respostas, provocando uma corrida imprevisível e entretida para os adeptos. Entretanto, a 19km do fim, ataque de Claire Steels, que, sozinha, chegou a ter 41’’ de vantagem sobre o pelotão.
As favoritas esperaram até à última dificuldade do dia para impor ritmo, com Niewiadoma a partir o grupo, ganhando vantagem a toda a gente, com Vollering a tentar encostar, e a conseguir, pouco depois. Seguia juntas, na descida, a polaca, a holandesa e, a fugitiva, Steels, até haver a junção de Lippert e Baril. Vindas de trás, AVV, Adegeest, Reusser, Paladin, Kraak, Fisher-Black e Muzic também apanharam o grupo.
A suíça da SD Worx tentou surpreender, assim como AVV, mas sem sucesso. Paladin lançou o sprint de muito longe, contudo, a ligeira inclinação nos últimos 150 metros beneficiou a líder da corrida que levou nova vitória. 5/5 pra Vollering.
Vera Vilaça chegou num grupo a 3’49’’.
Etapa 3
A terceira, e última etapa, só teve transmissão nos últimos 26km, quando a corrida já ia partida, fruto das passagens por uma 1ª categoria, com 7,3km a 5,9% (Jaizkibel), uma 3ª categoria, com 2,5km a 5,5% (Gurutze) e uma 2ª categoria, com 3,9km a 7,7% (Mendizorrotz).
Importa notar que, quando a transmissão começa, Vollering segue com AVV, depois de passarem pela contagem de montanha de 2ª categoria, com o grupo de Reusser 25’’ atrás.
Pelo que sabemos, por informações sobre a corrida, o grupo das favoritas seguia junto na última montanha, com Vollering a destruir parte do grupo e AVV a atacar, limitando o grupo às duas holandesas.
Na descida, a campeã do mundo deixou a líder da prova para trás, porém, reencontraram-se 3,5km depois. AVV tentava isolar Vollering e afastar o grupo perseguidor (com Reusser, Niewiadoma e Baril), mas sem sucesso. O terceiro grupo na estrada continha Cavalli, que tentava levar a líder para o grupo da frente, e Muzic.
A 14km confirmou-se a junção dos grupos, com Niewiadoma a focar-se em Reusser, que se tinha colocado no fundo do grupo. Prevendo uma eventual movimentação da suíça, a atleta da Canyon atacou, prontamente respondida pelas duas senhoras da SD Worx, com AVV a sofrer.
Vollering também tentou, sem sucesso. Reusser colocou-se, outra vez, atrás das adversárias, aproveitando a distração momentânea, ganhando uma vantagem irrecuperável. Nota, também, para a excelente marcação da líder da corrida a todas as acelerações das adversárias.
Niewiadoma, Van Vleuten e Baril não conseguiram limitar as perdas, até que, dos últimos 5km até à meta, abrandaram (quase pararam), permitindo o regresso de Muzic (levada por Cavalli), e o estender da vantagem de Reusser para 2’38’’ na meta, que levava a etapa e a CG.
Demi Vollering ganhou o sprint final, fazendo novo 1-2, na etapa e CG. Katarzyna Niewiadoma ficou com o último lugar do pódio final.
Vera Vilaça chegou no grupo que fechou a corrida, ficando, assim, na 50ª posição na Classificação Geral.
Comments